"um tiro pelas costas e uma vaga ideia do que me aconteceu..."
Ontem, domingo, 30/09/2002, vi pela primeira vez o [MONO] tocar...blz, sei que cronologicamente, foi a segunda, mas na primeira vez eu estava como "civil", bebado, pulando e gritando...desse modo, foi a primeira vez como representante do BloggFuckers...o dia estava chuvoso, e o pico estava meio vazio quando chegamos...aos poucos a rapaziada começou a aparecer e formar o cenário da noite...muitos jovens e senhoritas presentes...muitas camisas de banda e pelo menos uma do Iron Maiden (se não tiver um fã do Iron, desconfie...isso é regra...)...depois de um tempo na porta, entremeado com uma filosofica discussão com Jorge sobre como as buzinas de carro estão acabando com a masculinidade do homem ocidental, entramos para sacar o clima...cerveja em punho nos posicionamos para esperar o show do [MONO]...mal sabiamos o que nos aguardava...
bom, sabiamos, mas ninguém podia imaginar no nivel da parada...para o horror desse que vos escreve, tinhamos pela frente um show de um cover do...RADIOHEAD...me desculpem os fãs da banda...cada um tem direito a sua opinião, e não é porque vcs estão errados que serão penalizados por isso...mas RADIOHEAD já é ruuuuimmmmm suficiente no original...não precisa de ninguém para piorar...mas isso sempre é possivel...bom, depois de falar isso, acho que não preciso falar mais nada sobre esse "incidente" (me recuso a comentar a música de autoria da banda com a qual eles fecharam o set..."...tinha medo de ser viado..."...o horror...o horror...)...
passado essa interludio, o [MONO] subiu ao palco...tudo montado...a bagaça ia começar...e começou...rapazes e moças, sem risco de parecer empolgado, o [MONO] ao vivo (falo do cd, faixa por faixa, na próxima resenha) é impressionante...a banda funciona como um relógio...me lembra muito o Helmet, não pelo som, mas pela execução...tudo se encaixa...as guitarras montam uma parede de som...as intervenções muito bem colocadas, cada detalhe/riff no local certo...a cozinha é um destaque a parte...Jorge e Marcelinho, simplesmente destroem tudo...Rafael, o frontman, manda ver, soltando a voz na intensidade que as músicas pedem...
a temática que permeia o som dos caras é [amor/odio/rancor], assim mesmo, com colchetes...tudo junto/separado/concatenado...cada possibilidade e consequencia da junção desses sentimentos...a patrulha intelectual/blasé de plantão pode falar: "piegas..."...mas quem conhece o peso do [amor/ódio/rancor] e as marcas que ele deixa sabe que o assunto é sério e rende...(quem disser que não sabe do que eu estou falando ou é mentiroso ou nunca viveu de verdade)...
na primeira música, o primeiro incidente da noite...uma corda do baixo estoura...intervalo para arranjar outro baixo...
nesse meio tempo surge a incognita da noite, a pergunta que não quer calar...quem era aquele senhor obeso que ficava gritando palavras de ordem do PSTU na frente do palco??? ninguém sabe a resposta, mas se vc estava lá, caro leitor, com certeza ficou intrigado...
baixo substituido, segunda música, segundo incidente...algo errado com a bateria...mais um intervalo para acertar...nisso, o stress de Marcelo Buteri só piorava...quem olhava o rapaz via a face do ódio...e isso é que tornou a noite memoravel, provando que as vezes quando as coisas dão errado é que elas dão certo...a cada problema, a banda revidava tocando com mais punch...nesse clima o show seguiu...pancada atrás de pancada, a banda destilava [amor/odio/rancor]...espetaculo a parte foi o encerramento do show, com Marcelinho explodindo as baquetas, chutando a bateria e dividindo o microfone com Rafael aos gritos...em resumo, um puta show de ROCK com letras maiusculas...como definiria, Marcelo Buteri, "tosco, raiva e alma"...
terminado o show, fomos embora surdos e satisfeitos...com a noite ganha, rumamos para o Oficina da Fome...no caminho, fiquei lembrando meu primeiro show do [MONO]...eu estava meio puto com a vida, meio bebado, amassado por dentro...isso até o show começar...quando a primeira música começou, tudo ficou mais fácil...fui atropelado pela aquela onda de [amor/odio/rancor] e sai mais leve, como se tivesse acabado de sair de uma boa briga...assim são os shows do [MONO]...muito mais baratos (e muito mais efetivos) que terapia...
obrigado, rapazes, aquele primeiro show salvou uma semana que tinha sido ferrada...este segundo fechou com chave de ouro um fim de semana bacana..estou em débito com vcs...a proxima rodada é por minha conta...