sábado, março 22, 2003

PALA DE JAY HURREN, MEMBRO DO GRUPO INGLÊS EZ ROLLERS, EM CONVERSA TELEFÔNICA COM O CAMARADINHA CARLOS ALBUQUERQUE (RIO FANZINE - "O GLOBO" - 21.03.03), TRATANDO DE SEU MAIS RECENTE DISCO. HÁ LUCIDEZ NO MEIO ELETRÔNICO...

"ACHO QUE SERIA SUICÍDIO FAZER MÚSICAS APENAS PARA AS
PISTAS DE DANÇA. O IDEAL É QUE UMA CANÇÃO SOBREVIVA
AO TESTE DO RÁDIO DO CARRO."

TESTE DO RÁDIO DO CARRO... GOSTEI. É. POIS É.

sexta-feira, março 21, 2003

Liberdade de expressão...

Johnny Ramone apóia guerra no Iraque
Bernardo Araújo - O Globo

RIO - O guitarrista Johnny Ramone, que durante 20 anos tocou no grupo de rock Ramones, disse agora há pouco que é a favor da guerra dos Estados Unidos contra o Iraque: - Acho que a guerra é necessária - disse ele ao GLOBO - Ninguém gosta de ver uma guerra, muito menos uma onde podem morrer soldados americanos, mas Saddam Hussein há anos está descumprindo acordos internacionais, e nunca se fez nada para tirá-lo do poder. Espero que a guerra acabe em alguns dias e o povo do Iraque se veja livre desse ditador e das sanções econômicas.

quinta-feira, março 20, 2003

Tom Zé protesta contra guerra em canção

Confira a letra:

Companheiro Bush - Tom Zé

Se você já sabe
Quem vendeu
Aquela bomba pro Iraque,
Desembuche:
Eu desconfio que foi o Bush.

Foi o Bush,
Foi o Bush,
Foi o Bush.

Onde haverá um recurso
Para dar um bom repuxo
No companheiro Bush?
Quem arranja um alicate
Que acerte aquela fase
Ou corrija aquele fuso?

Talvez um parafuso
Que tá faltando nele
Melhore aquele abuso
Um chip que desligue
Aquele terremoto,
Aquela coqueluche

Breeders pode aterrizar no Brasil em breve

O grupo americano Breeders, liderado pelas gêmeas Kim e Kelley Deal, está negociando uma turnê pela América do Sul que passaria por Chile, Argentina e por uma cidade brasileira. A turnê deve se concretizar entre abril e maio.



NÃO SOU OBRIGADO A GOSTAR!

Existem certos sons que pegam mal você dizer que não gosta. Neguinho afirma que é "fundamental", "essencial", "histórico" e blá blá blá. Eu sempre prego que isso tudo de nada vale se o som não bater na sua mente. Portanto, foda-se a história de Led Zeppelin, The Who, Animals, Rolling Stones, The Clash, entre outros artistas considerados intocáveis. Não discuto sua importância histórico-musical, mas simplesmente, em diferentes graus, eu não consigo gostar destes sons. Mas o motivo verdadeiro estar escrevendo aqui e agora são exemplos conteporâneos, cuja qualidade musical é discutível sim senhor! Vou dar dois exemplos (outros mais surgirão) de bandas que eu fui persuadido pela imprensa especializada e por amigos que tentavam empulhar gororobas sonoras que, se eu demonstrasse não estar gostando, eu poderia ser desconsiderado! À fogueira!

LE TIGRE:



Estão vendo a foto da moiçola aí? Pois é...Ai de você, do sexo masculino, se ousar falar da "beleza" de suas integrantes. Machista, chauvinista, porco, reacionário, etc., serão alguns dos adjetivos proferidos à sua pessoa se tiver a ousadia de tecer algum comentário que não seja em tom de submissão sobre a tal banda. O discurso feminista vem muito forte ao embalar o produto chamado Le Tigre. Pega mal falar isso se você estiver no meio de seres ditos antenados ao cenário alternativo. Portanto, você (eu não!!!) tem que dizer que gosta. E você (o alternativo antenado) fica lá sonhando em pegar alguma riot girl (seu verdadeiro objetivo, tsc tsc...) para poder ser "aceito" num clubinho restrito. Longe de querer discutir algo relacionado ao feminismo (acho que já teve o seu devido valor, e que hoje os resultados estão sendo práticos. Qualquer panfletarismo atualmente tende a ser vazio e falso). Mas eu me senti encurralado a ter que dar atenção a este som, pois todas as revistas e jornais davam-no como "excelente", "fundamental", e tal. Fui ouvir o som. Sinceramente, é uma porcaria tão ruim que se não estivesse embalado nesta aura cult que o cerca, eu poderia até ter dado uma atenção menos antipática. O clima low fi é utilizado de forma proposital e de extremo mal gosto: não existe coisa mais falsa do que uma banda fazendo um som de baixa qualidade propositalmente! O Le Tigre parece um B 52's tocado num teclado de brinquedo, cantado por uma boneca Barbie e com uma bateria eletrônica ridícula programada por uma criança de 2 anos. Alguns vão falar que me falta senso de humor para ouvir este tipo de som (???!!!). Acho que bandas tipo Big Black já utilizaram-se de equipamento ruim para produzir música boa, com direito à tal drum machine. As riot girls (elas existem por aqui?) provavelmente me jogariam na fogueira. Uma música do L7 já me bastaria para dar o devido crédito a uma banda feminina de atitude verdadeira e som que presta! A propósito, acho B 52's do caralho!

ROLLINS BAND:



Esta é a maior contradição em termos: a banda é foda, mas o mais fraco em seu som é justamente o membro que nomeia o grupo: Henry Rollins. Tomei conhecimento da carreira do sujeito ao ler uma crítica de um show numa Bizz de 91 ou 92. A resenha falava da performance de palco avassaladora do cara, de suas letras marcantes e alusivas ao relacionamento com seu pai. E o som fora descrito com igual entusiasmo, só que com muito menos palavras. Fiquei realmente curioso. Eis que a Bandeirantes nesta época passou um especial sobre o Festival de Reading e eu gravei, entre outras coisas, uma parte do show da Rollins Band. Achei o instrumental interessante, mas não bati com o vocal. Fui atrás de algum disco. Até que eu tive em minhas mãos o álbum "Weight". Comprei-o baratinho no Carrefour sem tê-lo ouvido, confiando nas expectativas que me foram passadas. Ouvi uma, duas, três, quatro, cinco vezes...e continuei achando o vocal do Rollins o mais fraco do som da banda. De que adianta se o cara escreve letras fodas se sua performance vocal é ruim?? Se for para comprar um disco por causa das letras eu prefiro ler um livro, porra! Fui procurar algo mais que prestasse em sua carreira e cheguei ao Black Flag. O disco "Damaged" é um petardo punk tosco e cru que condiz com seu vocal idem. Mas a Rollins Band continuava não descendo por causa do...Rollins!!! Sinceramente, eu acho que a carreira do sujeto renderia mais como escritor (ou apresentador de TV, como vem atuando ultimamente) ou declamador de poemas. É mais lucrativo correr atrás do som que os músicos que gravaram o instrumental de "End of Silence" e "Weight" do que investir em mais uma empreitada sonora do Sr. Rollins.

Este texto é absolutamente opinativo, não quero declarar nada como definitivo nem subjulgar quem gosta destes sons. Mas eu acho que alguns "mitos" estão aí expostos o suficiente para poderem ter sua majestade questionada. Ferro na boneca!
Sacaramanga - "Num Güenta Bebe Leite"



Incumbiram-me de uma das tarefas mais difíceis do bloggfuckers até o momento, fazer uma resenha do disco de estréia da banda Scaramanga, "Num Güenta Bebe Leite"!! Difícil por alguns motivos óbvios: sou amigo de alguns da banda, sou extremamente chato e preconceituoso para com o rock brasileiro atual , entre outros!! Como já tinha visto alguns shows e assistido à gravação do disco portanto já conhecia a maioria das músicas!!
Mas chega de enrolação e vamos lá!!
Primeiro não posso deixar passar em branco a arte e o projeto gráfico do cd, começando pela capa: pode não agradar aqueles de estômago mais fraco mas ela funciona muito bem... ninguém se esquece de uma gatinha vomitando em um penico!! Outro destaque esta dentro do cd, o disco funciona como uma tampa de garrafa que aparece aberta após a retirada do cd da capa!! Tudo feito pelo Wesley "Chyna"!! Parabéns!!
Mas vamos falar do som!! Ser original hoje em dia é muito difícil, todo cd lançado é imediatamente comparado a outros que já circulam no mercado e logo as críticas pegam pesado já menosprezando a banda sem ao menos ouvir o conteúdo do disco!! Confesso que também sou assim e com o disco do Scaramanga não foi diferente!! As comparações são inevitáveis: Tihuana, Charlie Brown Jr., Planet Hemp, etc... que hoje, depois de ouvir o cd com atenção entendo que as bandas não são nem um pouco parecidas! Mas vejo que existem influências muito fortes na banda, com algumas faixas como "Scaramanga" e "Mal Nosso De Cada Dia" que poderiam bem estar no "Titanomaquia"!! Uma boa surpresa foi a economia nos solos de guitarra e o exagero de riffs bem pesados que comandam todo o cd!! Já que sei que tanto o Marlon "Pezão" quanto o Wesley "Chyna" adoram fazer aqueles solos quilométricos que só guitarristas conseguem ouvir!! Culpa da má influência do Metal em suas vidas!!! O baixo muito bem gravado e tocado pelo Balinha também surpreende! Keller também manda muito bem nos vocais, só não entendi o apelido de "Saara"!! Como baterista não podia deixar passar... o Daniel toca muito bem, bom baterista... mas não sei se por empolgação de ser o primeiro disco ele exagera um pouco, principalmente no trabalho de bumbo, deixando a música meio embolada em alguns momentos, mas no próximo melhora!!
O disco tem várias músicas candidatas a hits: "Scaramanga", "Vai Pocar", "Meu Estado" e "Raciocínio" com certeza irão povoar as rádios capixabas!! Outro destaque é a "Interlúdio Tropical" que me fez "pocar" de rir, com o Keller abrindo uma latinha e dizendo : " Ehh... Calorão!!!" ... esse estava em Colatina mesmo!!
Para finalizar deixo meus parabéns para a banda e para o seu marqueteiro Ricardinho Sarcinelli!! Vcs conseguiram fazer um disco sincero, sem intenção de se vender para as "gravadoras" e se ele vender será pelo conteúdo do seu Rock'n Roll!!!
Um abraço!!!

quarta-feira, março 19, 2003

Mini clipping 2

Vocês sabiam que o MC5 voltou?
sim, num único show patrocinado pela Levis, os sobreviventes do MC5
tocaram clássicos como 'Kick Out the Jams' e 'Skunk (Sonically Speaking)'.
Para quem não sabe, os músicos foram Wayne Kramer (que tem um ótimo trabalho solo), Michael Davis e Dennis Thompson.
também participaram do evento Lemmy do Motorhead, Ian Astbury e Dave Vanian do The Damned.

Novo álbum do Mogwai
depois do famoso Rock Action, o Mogwai se prepara para
o lançamento de seu mais novo trabalho chamado:
"Happy Songs for Happy People"

o track list é esse aqui (preparem os soulseeks):
'Hunted By A Freak'
'Moses? I Amn't'
'Kids Will Be Skeletons'
'Killing All The Flies'
'Boring Machines Disturbs Sleep'
'Ratts Of The Capital'
'Golden Porsche'
'I Know Who You Are But What Am I?'
'Stop Coming To My House'

***
Banda do Mês

The Radio Dept.
Com o álbum "Lesser Matters", que ainda será lançado internacionalmente em 2003,
dia 25 de Março para ser mais exato,
a banda sueca relembra o indie rock do começo dos 90.
Uma densidade incrível de ruídos, muitos sussuros, muita melancolia.
Ultra aconselhável para fãs de My Bloody Valentine,
Ride, Slowdive e para todas as pessoas que ainda andam
pela rua olhando para seus tênis.
em uma palavra: perfeito
Em duas palavras: que tapa!!!!!




Discografia:
Against the Tide EP - Slottet Records
Where Damage Isn´t Already Done - Labrador Records
Lesser Matters - Labrador Records

(as gravadoras são da Suécia).

Skatenigs - Stupid People Shouldn´t Breed

Alguém conhece? Tem?
já baixou?
tô atrás dele e não acho no soulseek.

Se alguém puder ajudar...

A GUERRA CONTRA O TEMPO E A COLEÇÃO INATINGÍVEL



Sou um doente. Fugir desta constatação é impossível. E sou doente por ter a esperança de um-dia-quem-sabe-se-Ele-ajudar possuir todos os discos que me são/serão importantes, ao mesmo tempo que sei de forma clara e absoluta que nunca o conseguirei. O ato de adquirir simultaneamente dez, quinze ou vinte bolachinhas apenas reforça o sentimento de impotência diante da convicção inabalável de que, tantas quantas enriqueçam o meu acervo, um número absurdamente maior estará sempre lá, inatingível, desafiador. Estou condenado, miseravelmente, e o fato de possuir irmãos em dor não ameniza picas. Sinto algo de admiração e inveja das pessoas livres de qualquer desejo (tara?) semelhante, ainda que tenha a sensação de não ser um sujeito tão desprezível em minha obsessão quanto um colecionador compulsivo de isqueiros ou latas de cerveja. Não, tal mania por discos não é fruto de alguma anomalia surgida em minha infância; a minha praia é outra, malandro.
Sei que esta é uma conversa estranha para quem encara a música - qualquer tipo de música - como um pano de fundo para a sua (in)existência. Mas nunca foi diferente; o respeitável público consumidor encara da mesma forma a mistura vocais sentidos-instrumental de churrascaria-sorrisos iluminados e uma composição de Bach: uma espécie especial de produto a preencher espaços emocionais.
Mini-clipping virtual

Sem Eco
O Echo and The Bunnymen, que tinha voltado a ativa,
faz alguns anos, se separou de vez.
Ian "Big" Mac saiu da banda e esta se preparando
para lancar mais um album solo, por meados de abril.

Quem viu os caras ao vivo em Alegre, viu.

Us mano, As mina

Racionais Mc's dia 5 de Abril em Vitoria.
Local: Alvares Cabral.
foi o que li no jornal hoje...

tamos la, cerrrrto mano?

terça-feira, março 18, 2003

Rapaz essa lista é uma das mais difíceis!!

Niravana - In Utero
Nine Inch Nails - The Downword Spiral
Smashing Pumpkins - Mellon Collie and the Infinite Sadness
Bjork - Homogenic
Metallica - Metallica (Black Album)
Sonic Youth - Dirty
Beck - Odelay
Ministry - Psalm 69
Pixies - Bossanova
Rage Against The Machine - RATM

Essa é a minha lista... isso até eu me lembrar de outro disco!!
Os 10 melhores álbuns da década de 90 por Those, o bad guy de plantão:

Slayer: Seasons in the Abyss
Pantera: Cowboys From Hell
Death: Individual Though Patterns
Metallica: "Black Album"
Morbid Angel: Blessed Are The Sick
Kreator: Coma of Souls
Nevermore: Dreaming Neon Black
Sepultura: Beneath The Remains
Megadeth: Youthanasia
Dimmu Borgir: Enthroned Darkness Triumphant

Acho que é isso aí...Seatle é uma cidade bacana, mas prefiro prefiro Tampa (FL)!!! Metal KIck Ass Mutafuckas!!
Foletto me sugeriu formular uma lista com os melhores discos da década de 90. Óbvio, a lista é pessoal e mutável. Deixei de citar 1001 bandas que gostaria, mas acabei por filtrar 10.

Bem, estas são os meus preferidos (sem ordem específica). Não gostou, faça a sua!

Nirvana - In Utero
Nine Inch Nails - The Downword Spiral
Faith No More - King For A Day... Fool For A Life Time
Sepultura - Chaos AD
Primus - Sailing The Seas Of Cheese
Fear Factory - Demanufacture
Beastie Boys - Ill Communication
Red Hot Chili Peppers - Blood Sugar Sex Magik
Soundgarden - Superunknow
R.E.M. - Automatic For The People

Menções honrosas a Living Colour, Beck, Cake, Morphine, Travis, Chemical Brothers, Fatboy Slim, Atari Teenage Riot, Portishead, Foo Fighters, Slayer, Pantera, White Zombie, G//Z/R, RATM, Deftones... (e por aí vai!)
Opa!!! Aproveitando o bonde...


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segunda-feira, março 17, 2003

Saiu o DVD galera!!
Parabéns fuckers !!! Completamos 10000 vistas!!! : )

domingo, março 16, 2003

Está na praça - bancas de jornal, para ser mais preciso - o DVD "Gimme Shelter", registro da tour americana de 1969 dos Stones. O filme, que se pretendia um relato dentro e fora dos palcos da fúria e espontaneidade da banda, acabou por perpetuar-se na memória coletiva roqueira como um marco do bode total do fim dos anos sessenta. No dia 06 de dezembro daquele ano, em Altamont, Califórnia, encerrava-se com um show gratuito o giro coast to coast dos ingleses, na expectativa de um encontro orgástico da geração da flor, do amor e do sorriso. Eu disse flor, amor e sorriso? Pois em seus 45 minutos finais, aqueles que captam Altamont em todas as suas fases, o que se vê é uma prévia apocalíptica do sonho ralo abaixo, uma seqüência ainda hoje impressionante de violência e tensão, o lado escuro de Woodstock com todos os seus anjos do inferno, preconceitos vários e hipocrisia disseminada. Não há nada, documentário algum já feito tendo o rock como tema ou pano de fundo, que sequer se aproxime de seu clima de pesadelo. A ressaca, baby, prometia ser das piores...




O Blur novo, por Damon
Você viu o faixa a faixa do novo Blur na semana passada. Mas nada como ter o próprio Damon Albarn, a pedido da "Popload", comentando algumas músicas do CD, além de estar na entrevista aqui da Ilustrada.


"Out of Time" - "É a que escolhemos para ser o primeiro single. Não nos EUA, mas no resto do mundo. É uma música bem emotiva. Uma "love song" dedicada para aqueles que o segura nos braços quando você está chorando"."


"Crazy Beat" - "Esta é uma canção supersônica. Tem claramente o dedo de Norman Cook, que trabalhou nela. É a música mais agressiva do disco. Rock, quero dizer."


"On the Way to the Club" - "É uma apologia a uma ex-namorada, por todas as noites que passamos acordados, bebendo. É um pedido de desculpas também, por ela ter me aguentado nas baladas."


"Battery in Your Leg" - Foi a primeira canção a surgir para o novo álbum. É uma sincera canção de amor. Graham Coxon toca nela. Ficou marcada por ser a última participação dele no Blur.

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O ídolo pop e ativista Damon Albarn fala como quer usar o novo disco da banda, "Think Tank", contra a guerra iminente; o CD chega em maio
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LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

É tempo de Blur. Uma das bandas mais queridas da música pop abandona silêncio de quatro anos longe dos estúdios para lançar um disco que desencava o discurso "Faça amor, não faça a guerra".
"Think Tank", sétimo álbum do grupo inglês precursor do milionário britpop dos 90, chega às lojas do mundo no dia 5 de maio pregando o "cruzamento de culturas" na música e vem carregado de "canções de amor politizadas".
As aspas acima são de Damon Albarn, líder do Blur, astro do Gorillaz e ativista atuante contra a guerra EUA-Iraque. Albarn falou com exclusividade à Folha, de Londres, sobre o novo CD.
O disco, gravado em boa parte no Marrocos, traz elementos árabes ao rock do Blur.
A grande expectativa em torno de "Think Tank" é por conta do "making of" do álbum. No meio do caminho entre o CD anterior, "13", e o início das gravações deste, (1) Damon Albarn transformou um projeto paralelo, o Gorillaz, em supergrupo; (2) o ótimo guitarrista Graham Coxon abandonou o Blur depois de 13 anos; (3) o mago da música eletrônica, o DJ Norman Cook (Fatboy Slim), produziu algumas das canções.
Leia a entrevista com Albarn.


Folha - Como você descreveria o novo álbum do Blur e qual você acha que será o efeito dele dentro da música pop atual?
Damon Albarn - Acredito que esse novo disco tenha uma mensagem. "Think Tank" é um álbum cheio de "canções de amor politizadas". O que quero dizer é que as músicas tentam ajudar a redefinir de algum modo o que é o amor, já que o conceito está desvirtuado e o foco geral agora está todo mudado, direcionado ao caos político mundial. A tensão guerra-não guerra, pelo menos aqui na Inglaterra, está insuportável.


Folha - O quanto o CD novo está diferente dos outros seis álbuns do Blur, principalmente por ser o primeiro após a saída do guitarrista Graham Coxon?
Albarn - Acho ele bem diferente, porque o Blur sempre procura ser diferente. Embora você sempre saiba que está escutando um disco do Blur. É claro que sem Graham a banda perde um pouco de sua essência. Trabalhamos juntos por muitos e muitos anos. Ele saiu por estar frustrado com o caminho musical que a banda optou.


Folha - Quem gravou as guitarras de "Think Tank"?
Albarn - Fui eu mesmo. E posso dizer que não foi fácil. Mas acho o resultado final aceitável.


Folha - De onde veio a idéia de gravar o álbum no Marrocos e como foram as gravações?
Albarn - Surgiu na época em que fui para Mali, também na África, trabalhar em um disco com músicos locais ["Mali Music], lançado em abril de 2002". Acabei indo a um festival em Marrocos, em maio. Fiquei entusiasmado pelo lugar ao ver 50 mil árabes reunidos em um evento musical com todos os seus costumes, numa espécie de evento pop carregado de sabor arábico.
O que mais me atraiu era traçar um paralelo com o que estava vendo e ouvindo ali com o que estou acostumado a presenciar na Inglaterra. Queria trazer aquele clima para o disco do Blur. Acho interessante esse cruzamento de culturas para música. E acho mais interessante ainda uma tentativa de cruzamento de culturas mais abrangente para melhorar essa tensão mundial burra.


Folha - Como foi trabalhar com Norman Cook (Fatboy Slim) na produção de "Think Tank"?
Albarn - Ele é um grande amigo, então o clima no estúdio estava mais para reunião de amigos do que para trabalho. Na verdade ele só produziu duas músicas ["Crazy Beat" e "Gene by Gene"]. Não dá para chamá-lo de quarto membro do Blur, mas sinto que o dedo de Norman vai fazer essas músicas virarem hits.


Folha - Você lembra algo dos shows do Brasil, em 1999?
Albarn - Dos shows não lembro, mas recordo que a vibração dos lugares e das cidades que visitamos era muito especial. Definitivamente vamos voltar ao Brasil.

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