sexta-feira, março 07, 2003



"Eh coisa limpa, eh coisa pura"

canta Tim Maia em sua obra Racional Vol.2
Realmente. Eh pura, purissima e da melhor qualidade a
droga que ele nos oferece.

Numa epoca em que achava ter descoberto todas as
respostas para as duvidas do mundo e da vida, nosso
mais famoso faltador de shows, gravou nao um, mas dois
discos, sensacionais.

Pela primeira vez sua gravadora, a SEROMA, lancava um de
seus discos. Talvez essa fosse a unica saida. Pregando
toda a sabedoria encontrada nos livros da serie
"Universo em desencanto", Tim nos mostrou sua verdadeira face.

Soul puro. Black music. Preta como o Brasil.

Sem abrir concessoes, os albuns foram estranhados por critica e publico.
Mas com o tempo a estranheza foi abrindo espaco para a admiracao.

Ao sair da fase "racional", Tim Maia descartou suas obras-primas (mas nao as unicas)
e nunca mais pudemos achar para comprar os antigos vinis.
Quem sabe agora, com a noticia de que os albuns talvez voltem ao catalogo,
teremos a oportunidade de ouvir isso com atencao.
Boa notícia para os fãs...
Mais uma vez o fim do The Cure foi só um boato, Mr. Bob Smith & CIA acabaram de assinar um contrato com a gravadora ARTISTdirect Records para a gravação de mais três álbuns!! Continuando assim vivo um dos ícones do rock!! Seus fãs agradecem!!
Como fã da banda comprei o mais novo DVD da banda , simplesmente fantástico mas é incompleto, ele acaba deixando de fora da sua compilação clipes sensacionais como "Killing an Arab ", "Charlotte Sometimes ", "Primary" e "Letter to Elise" . Além disso só possui seis clipes do Acústico que a banda gravou em 2001, deixando os fãs com gostinho de quero mais!!!



Sabedoria Universal

nao fui eu que falei. Foi um dos semanarios
mais respeitados do mundo...

Veja abaixo os 10 melhores discos de todos os tempos, segundo o NME.

1. The Stone Roses - "The Stone Roses"
2. Pixies - "Doolittle"
3. The Beach Boys - "Pet Sounds"
4. Television - "Marquee Moon"
5. The Beatles - "Revolver"
6. Love - "Forever Changes"
7. The Strokes - "Is This it"
8. The Smiths - "The Queen Is Dead"
9.The Velvet Underground - "The Velvet Underground & Nico"
10. The Sex Pistols - "Never Mind The Bollocks..."
ENTOMBED LANÇA NOVO ÁLBUM EM BREVE
Os suecos do Entombed lançam o novo álbum no dia 13 de maio via Music For Nations Records. O álbum vai se chamar "Inferno" e segundo a banda esse título apenas representa bem o sentimento do álbum que foi produzido por Pelle Gunnerfeldt. Durante os meses de março e abril a banda faz algumas apresentações pela Europa antes de embarcar para uma turnê na Africa do Sul.



CHUCK BILLY 100% CURADO
O vocalista do Testament, Chuck Billy, enviou ontem o seguinte comunicado para a imprensa: "Apenas quero dizer que tive minhas duas operações finais para retirar o resto de tumor e ambas foram perfeitas. Ontem eu encontrei com meu médico, Dr. Sweezer, e ele apenas disse para mim cair fora e ir curtir a vida, ou seja, estou curado. O Testament já está ensaiando para os shows de março e para a turnê européia em abril. Vejo todos em breve e se lembre - Metal Forever!"

quinta-feira, março 06, 2003

Como está em voga falar de Thrash Metal aqui no blogg - e observem que thrash se escreve assim mesmo, com “h” entre o “t” e o “r”, e não simplesmente “trash” (de “lixo”) como algumas criaturas abissais andam escrevendo – preparei uma listinha dos sons mais importantes desta ramificação do metal que ditou moda entre a segunda metade dos 80 e meados dos 90.

Slayer – South of Heaven (praticamente inaugurou o estilo)
Metallica – Master of Puppets (disputa com o Slayer o cetro do estilo)
Kreator – Terrible Certainty (mostrou que a Alemanha tinha poder de fogo)
Destruction (Eternal Devastation) pedra fundamental daquilo que 15 anos depois convencionou-se chamar de death metal melódico)
Sodom – Persecution Mania (porque Motorhead é pai!!)
Anthrax – Among The Living (Um dos clássicos do estilo. Para muitos (tolos) superior até a Slayer e Metallica. Inventou o Rap Metal mais tarde com o ep “I’m The Man”
Testament – The New Order (Mostrou ao mundo que o thrash poderia ser arrumadinho e mortal ao mesmo tempo!)
Forbidden – Twisted Into Form (Glen Alvelais e Graig Locicero mostraram ao mundo que um bom guitarrista toca rock. Um excelente guitarrista toca metal. E ponto final)
Pantera – Vulgar Dispaly of Power (vide a capa, please!)
Sepultura – Beneath The Remains (mostrou que o Brasil tinha um pouco além de café, soja e aço para exportar)
Annihilator – Alice in Hell (O Canadá se pronuncia e quebra a hegemonia americana no thrash. Ao menos por algumas semanas!
Megadeth – Rust in Peace (Dave Mustaine e Marty Friedman promovem um festival de riffs e solos tão matadores que até hoje tem gente tentando tirar as músicas)
King Diamond – Abigail (mestre King assumi o controle do “metal horror” mundial)
Carcass – Heartwork (a velha escola do Grind/death é abandonada e os ingleses promovem uma quebradeira sem limites em todos os pescoços metálicos da época!)
Overkill – Horrorscope (Bob “Blitz” e D.D. Verni inauguram uma nova fase na banda. Riffs poderosos aliados ao inconfundível vocal elevam o Overkill à status de megabanda, com direito à contrato com a Atlantic, entre outras)

P.S.: tem muito mais, mas por enquanto, acho que basta.

Ah, quem, gosta de thrash pode comprar qualquer um destes. Sem ouvir antes, é claro.

quarta-feira, março 05, 2003

Anos 90 - O que eles produziram de bom...

Lá estava eu fuçando meus discos e me deparei com um impasse cruel: mais de 300 discos e eu reclamava que não tinha nada para ouvir. Quem é um doente por música (a maioria aqui, imagino) sabe do que estou falando. É como se fosse uma droga, cujo vício nunca acaba - você sempre quer mais e mais, e mais...Pois nesta dúvida existencial a que me encontrava, eu comecei a reparar nos discos que realmente são indispensáveis (quase todos!). Mas eu tinha que selecionar aqueles cuja sonoridade têm tudo para adqüirir o status de clássico. Mesmo que algumas bandas não tenham produzido nada que prestasse antes ou depois, o que importa aqui é o disco em questão. Aquele que você escuta e exclama: "caralho!". Vou listar alguns pequenos clássicos dos anos 90 que, ao contrário do que se faz hoje, eu tenho o disco real nas mãos, e não o mp3. Sem tradicionalismos baratos - na falta de grana é muito mais lucro pagar 110 paus num Velox por mês (e baixar quantos discos puder), do que gastar esta mesma grana com não mais do que três discos - nacionais!!! E estes discos não fizeram parte de nenhuma lista oficial dos melhores dos anos 90 que li por aí. Vamos lá:

Butthole Surfers - "Independent Worm Saloon"



Imagine o rock and roll praticado no Planeta Bizzarro (aquele inverso da Terra, que tem um SuperMan quadrado, e por aí vai...). Jogue alguns psicotrópicos na água que abastece a população, o Palhaço Krusty é o presidente, e os vermes que habitam seu estômago possuem vida própria - com direito a uma nação à parte. Sim, viajei na maionese. Mas os caras do Butthole Surfers não são deste planeta. Seu som não possui definição correta. Ouça a introdução de "Who was in my room last night?", com vozes chapadas gritando "i'm flyng", e depois o rockão rasgado em que a música se transforma. Logo depois vem uma faixa ("The Wooden song") que parece um REM jogado num hospício. Não é música propositalmente louca, muito menos trata-se de um som difícil, daqueles horrorosos que os indies adoram dizer que gostam. No decorrer do disco você estará cantando junto com os caras, mesmo que o vocal em certos momentos possua um distorção escrota (daquelas que afinam a voz, típica de funks cariocas mais antigos). E é bom salientar: é rock and roll, acima de tudo! A produção de Jonh Paul Jones (do Led Zeppelin - acreditem!) deixou-os mais audíveis e pesados ao mesmo tempo. É som de quem tem uns parafusos a menos e outros tantos a mais. Mas não os chame de geniais: os caras da banda se cagariam de rir disso.
*A banda produziu, sim, mais discos que prestassem. E olha que são muitos, visto que o primeiro é de 1981! Só não ouçam o "Locust Abortion Technician"! Aquilo ali não é música! Eu joguei o disco no mar (de Camburi!) depois de tê-lo ouvido mais de dez vezes na esperança de não sentir nada menos pior do que náuseas.

Body Count - "Body Count"



"Body Count is in the house!". Ô época boa que foi essa! Entre 1991 e 1993 o heavy metal havia sido desmembrado. Bandas fenomenais como Helmet, Prong e Kyuss praticavam um som que desafiava as "raízes" do estilo (e ainda tem muito metaleiro de merda que acha que o metal surgiu nos anos 80...Dá-lhe Sabbath na cabeça destes idiotas!). A lista de sons maravilhosos que surgiram (e acabaram tão logo depois) é extensa. Pois resolvi pinçar uma banda preta mesmo. Não havia algo mais infame no mundinho metal do que uma banda formada por negros praticando um som fodão. E o Body Count chegou quebrando tudo, mandando a polícia pras picas e acrescentando suingue e tosqueira no já corrompido heavy metal da época. Ice-T, o chefão desta porra toda, aplicara um golpe de mestre. Aproveitou-se de um mercado de pernas abertas, colocou os brancos no bolso (todos de uma hora para outra compraram o som do BC para tirar onda de fodões), e ainda por cima pôde sentar a ripa em tudo e todos, com o suporte de uma major! Tirando todo o bafafá em torno das polêmicas geradas (há quem o culpe pela guerra civil que aconteceu em Los Angeles na época), o que interessa no final das contas é o som! Thrash metal, punk rock, Hendrix, refrões poderosos - não vou aqui citar faixa alguma, pois julgo todas fenomenais. Mesmo sem "Cop Killer" (a tal faixa que conclamava à matança dos policiais - um punk rock arrasador), o álbum vale cada centavo investido.
*gosto muito dos álbuns subseqüentes. Mas este aqui é disparado o melhor - e o único com relevância histórica.

Consolidated - "Friendly Fascism"



Hip-hop com electro/industrial??? Confesso que na primeira vez que li algo sobre esta banda eu fiquei desconfiado. Dois estilos absolutamente desconjuntados entre si: o hip-hop como a grande manifestação da música negra nos anos 90, e o industrial/EBM representando exatamente o contrário disso, com seus ritmos mecânicos e frios. Pois eu encomendei na Tarkus (bons tempos do dólar a 1 real...) imediatamente o tal disco. Fiquei decepcionado à primeira audição: não havia tanto industrial quanto eu gostaria (na época só ouvia este tipo de som), e acabei deixando-o de lado por uns três anos. Até que um dia (como o descrito no começo do texto) eu resolvi reouvir alguns discos que estavam encalhados no fundo de minha estante. Pois uma grata supresa se revelara! O Consolidated, melhor explicando, pratica um excelente crossover de hip-hop balançadão e agressivo (estilo Public Enemy), com muito groove, samplers a mil (muitas informações embutidas neles), e um inédito cuidado com batidas e instrumentos utilizados. É aí que mora a tal influência de industrial: vocais distorcidos, sintetizadores pesados, algumas guitarras ocasionais - uma definição arriscada seria a de uma improvável fusão entre Public Enemy e Ministry. A digestão é meio difícil no começo, mas quando o ritmo invade seu cérebro, você vai estar diante de uma obra ainda sem paralelos nos dias atuais.
*já ouvi seus outros discos - pouca coisa, na verdade. São muito difíceis de achar. Mas me pareceu que os caras foram fundo em suas experiências sonoras.

Esta lista estará sempre crescendo. Em breve colocarei outros álbuns aqui no blogg. E quero ver quais discos que vocês julgam ser importantes para o período em questão - os anos 90, e que não fizeram parte de qualquer lista publicada na mídia em geral.

terça-feira, março 04, 2003

SEPULTURA (OU COMO UM NOME PODE SER TÃO APROPRIADO)


Quer dizer que a banda "redescobriu o Brasil"? Quer dizer que repentinamente os caras perceberam que estavam afastados demais de suas raízes? Quer dizer que a turma agora resolveu dar os seus showzinhos por aqui? Assim, como se tudo fosse tão natural, tranqüilo. Tomaram um pé na bunda da gravadora, perderam terreno lá fora e estão em um processo de reengenharia, reavaliando as posições etc. Por que não falam o que rola, que o Brasil é a prancha de apoio para que não afundem de vez, que o público brasileiro ainda engole o caô total que aplicam, ingênuo que é. Já conseguiram demais, lógico. Fazendo o que fazem... Há mais música em um refrão do Black Sabbath (ou do Metallica, ou do Iron Maiden) que em toda a obra - obra... - do Sepultura. Tudo bem, os caras lançaram dois discos que valem a compra, são ritmicamente bons, ok. Nada, nada mais. Mas como o roqueiro brazuca precisa desesperadamente da aprovação gringa... Em Pindorama, nasce um crédulo a cada minuto.